[Arquivo] Projeto Experimental Online – Matéria sobre Nanotecnologia

Projeto Experimental – Online

Matéria sobre Nanotecnologia.
24/04/2013.

Escassez de água, doenças infecciosas, acesso à comunicação via internet e à energia elétrica para toda a população do planeta, diminuição do impacto ambiental da agricultura e barateamento do custo de tratamentos médicos são exemplos de graves problemas mundiais que podem ser resolvidos com base na nanotecnologia.
Nanoestruturas são tão pequenas que, assim como átomos, não podem ser vistas com um microscópio comum. Como explica o Dr. Ricardo Papléu, professor da Faculdade de Engenharia da PUCRS, até mesmo o pó seria uma nanoestrutura. Esta tecnologia começou a ser estudada no Japão, na década de 60, mas o termo “nanotecnologia” foi usado pela primeira vez em 1974, pelo professor Norio Taniguchi para descrever a capacidade de construção de materiais na escala nanométrica. Para sua fabricação é necessário um microscópio eletrônico de varredura (MEV), um aparelho capaz de produzir imagens de alta resolução a partir de uma descarga de elétrons de tungstêngio. A dispersão de energia destes elétrons ao atingir a superfície a ser observada e sua absorção pelo material sobre o qual foi projetado formam uma imagem virtual do objeto. Virtual porque o que se vê só é possível devido à descarga de energia dos elétrons e não da luz natural. Esse aparelho é o único que permite observar estruturas em escala molecular, medida em nanômetros, o que corresponde a um milionésimo de milímetro ou um bilionésimo do metro, ou seja, uma partícula mil vezes menor do que uma cabeça de alfiente. O físico alemão, ganhador do prêmio Nobel de 1998, Horst Störmer diz que a nanoescala é a unidade de medida mais interessante para a ciência, porque é o primeiro ponto depois do átomo que permite que uma estrutura seja montada e inserida em qualquer superfície e ambiente. Aí está a solução dos problemas, mas também um risco em potencial à saúde humana e ao meio ambiente.

Por ter este “tamanho invisível” nanoestruturas são capazes de transpor barreiras, o que liga a nanotecnoloia à mecânica quântica. Isso significa que estas partículas podem entrar facilmente em células animais e vegetais. Como estas células naturais não têm meios de defesa contra nanoestruturas artificiais, os danos ainda não são conhecidos. Quando em contato com a corrente sanguínea, as nanopartículas podem penetrar em qualquer outra célula do corpo, como nos neurônios, por exemplo, e causar riscos ainda não conhecidos. Além disso, os nanopoluentes, originados durante a produção de nanomateriais, flutuam facilmente e podem interferir na cadeia alimentar, se alojados sobre uma plantação ou no pasto de animais de corte, por exemplo. Outro grave problema, poso em discussão pelo físico Eric Drexler em seu livro “Engines of Creation” (“Motores da Criação”, sem tradução em português, publicado em 1986), no qual discute um possível cenário apocalíptico causado pela nanotecnologia, é o uso de nanomontadores, uma máquina nanotecnológica capaz de organizar átomos e moléculas de acordo com instruções. É possível construir um montador universal, capaz de se auto-replicar de forma semelhante aos seres vivos. Uma vez construído, este montador poderia executar tarefas em escala industrial e produzir toneladas de determinado nanomaterial, o que seria uma grande vantagem. No entanto, não se pode excluir a possibilidade de que este sistema perca o controle sobre sua reprodução e ameace a vida na terra. A visão de Drexler é criticada pelos químicos Richard Smalley, Nobel de 1996, e George M. Whitesides por apresentar uma ideia cuja aplicação é duvidosa e fazer com que a nanotecnologia seja vista como um risco a ser evitado. Apesar de ser o primeiro doutor em nanotecnologia pelo Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), em 1991, “Engines of Creation” é criticado por apresentar esta tecnologia como ficção científica.

As nanoestruturas são compostas por nanotubos de carbono que, como explica o Dr. Papaléu, que “podem ser mais resistentes que o aço, porém muitas vezes mais leves”. Atualmente, se estuda sua usabilidade para a fabricação de aviões e carros, porém, os nanotubos também podem ser empregados no desenvolvimento de armas mais leves e mais potentes. Por ser de carbono, assim como o grafite e diamantes, teoricamente pode-se fabricar estes dois materiais a partir de nanoestruturas de carbono, o que muda de uma para a outra é apenas as formas de ligação do elemento. Seguindo esta lógica, ainda teoricamente, na medida em que a nanoestrutura se aproxima cada vez mais da composição de um átomo, em algum tempo seria até mesmo possível a fabricação artifical, átomo por átomo, de tecidos vivos, com órgãos, de alimentos, água, ouro e qualquer outro material. A comunidade científica ainda discute a possibilidade real e a aplicação ética deste uso da nanotecnologia.

Pode parecer ficção científica, mas as nanoestruturas estão cada vez mais perto de nós. Cosméticos que prometem fazer rugas desaparecerem através da ação de micropartículas que penetram profundamente na pela são um exemplo do uso cotidiano e em escala industrial da nanotecnologia. Estas prometidas “micropartículas” estão de fato no cosmético, no entanto, a eficácia delas ainda não é comprovada. Em 2002, a fabricante de raquetes de tênis Babolat lançou uma raquete feita com nanotubos de grafite reforçados com nanotubos de carbono. A VS Nanotube Power era muito leve, mas mais resistente que o aço. No mesmo ano, a fabricante de artigos esportivos Wilson lançou a bolinha de tênis Double Core, também provida de nanopartículas, dessa vez de argila, que impedem que o ar escape de dentro da bola. No mesmo ano, o professor Chad Mirkin, da Universidade de Química da Universidade de Northwestern (EUA), desenvolveu uma plataforma de nanopartículas capazes de detectar doenças. Um ano antes, em 2001, uma equipe da IBM construiu uma rede de transistores, usados principalmente para amplificar e interromper sinais elétricos, com nanotubos. Na indústria médica, estuda-se o uso de nanorobôs capazes de destruir moléculas cancerígenas ou o vírus do HIV diretamente nas células infectadas. Em 2005, em um artigo publicado no International Journet of Surgery, a equipe do médico Bradley Nelson, do Instituto Suíço de Tecnologia, afirmava ter fabricado um nanorobô capaz de de ser injetado no corpo do paciente e conduzir cirurgias de alto risco com grande precisão e sem deixar cicatrizes.

Entre outras possíveis utilizações das nanomáquinas estão na despoluição do ar e da água, de derramamentos de óleo no mar à limpeza de água doce para consumo, e na redução, ou mesmo eliminação, do corte de árvores e de recursos não-renováveis, como carvão e petróleo. Não há dúvida de que o uso ético da nanotecnologia pode trazer benefícios para o conforto e saúde humana e ajudar na manutenção de ecossistemas, no entanto, como qualquer tecnologia nova, esta também gera efeitos ainda desconhecidos, seja na economia, na saúde, no meio-ambiente ou na vida em sociedade. A nanotecnologia é uma das áreas interdisciplinares de estudo científico, envolvendo diretamente física, química, biologia e engenharia, que mais tende a crescer e ser investigada nos próximos anos.

Fontes
https://www.ia.unc.edu/MICCAI2005/
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422004000600031&script=sci_arttext
http://seer.cgee.org.br/index.php/parcerias_estrategicas/article/viewFile/138/132

Clique para acessar o IntlJSurgDec05.pdf

Eu não acredito na revista Time. Nem em suas personalidades.

Todo ano a revista norte-americana Time elege “A Personalidade do Ano”. Em 2010 tivemos Mark Zucherberg que passou de um mero estudante universitário para o bilionário mais jovem do mundo, criando a maior rede social do mundo – o Facebook. Neste ano de 2011, foi eleito O Manifestante – uma menção mais abrangente. “Da primavera árabe, à Atenas, chegando aos integrantes do Occupy Wall Street.”

Vi muitos comentários de apoio dizendo que a escolha foi muito merecida. Talvez até tenha sido. Eu não acredito mas, porque não? A escolha alternativa era o gênio, recém falecido, Steve Jobs. Isso seria muito mais merecido, pois se trata de uma personalidade que mudou a maneira como nós olhamos o mundo. Os manifestantes não.

Como diria qualquer poeta, a maior revolução possível é a que fazemos internamente. Steve Jobs fez. Ignorou diversos obstáculos que poderiam ser vitais para qualquer pessoa comum. Pessoas comuns lutam por ideais. Personalidades fabricam sua própria realidade. O que culminou na realidade distorcida (e fantástica)de Jobs, expressa em seus diversos discursos.

Eu não acredito na revista Time. Eu sabia que eles iriam ser seguros e agradar a todos. É isso que a revista faz. A visão de personalidade deve ser melhor analisada. Basta dar uma olhada em outras personalidades do ano eleitas pela mesma revista.

1938, Adolf Hitler. Na época o líder da Alemanha vinha há quatro anos fazendo reformas que beneficiaram a economia local e estabilizavam o conturbado território germânico. Em 1938, começava a implementar políticas racistas. Como o confisco dos bens de judeus. Milhares de famílias foram obrigadas a fugir da sua própria pátria. Já nessa época começava a articular manobras militares e políticas para o anexo de países formando o ‘espaço vital Ariano’. Tudo isso perseguindo um ideal. Todos sabemos como isso se desenvolveu.

Homenagem ao 'altar' nazista

1939 e 1942, Joseph Stalin. Já era tarde. A eleição do ano passado não tinha pegado bem para a revista. Embora Hitler vinha se tornando um homem influente no mundo, não se parou para medir as consequências. Em meio aos escândalos militares e o anúncio de invasão da Polonia, a Time resolveu contra-atacar. Quem melhor para parar Hitler do que seu maior inimigo, Stalin. Líder da União Soviética e que prometia colocar um fim na ameaça Nazista. Os editores não se preocuparam em checar as atrocidades já cometidas que resultaram na morte de mais de 7 milhões de Ucranianos em um só inverno. Ou em todas os crimes que o Comunismo Russo cometeu ao longo da Segunda Guerra Mundial. Na verdade, ao longo de todos os anos de regime Stalinista. Mais um fanático que perseguia ideais.

1979, Ayatollah Khomeini. Este foi o individuo que livrou-nos do maléfico ditador Xá Mohammad Reza Pahlevi (E eu digo isso sem nenhum pingo de sarcasmo) e liderou a Revolução Iraniana. Ou melhor uma revolução que liberou o povo iraniano e, logo, os prendeu a um estado Muçulmano. Vieram as leis absurdas que pregavam o ódio ao modo de vida ocidental. Como o apedrejamento de mulheres, assassinato de homossexuais… e por aí vai. Claro, na época ele foi muito influente. Mas a que preço isso causou no futuro? Lembrando que ele seguia os ideais de um livro com mais de 1500 anos de idade. E que francamente eu não vejo nada de bom lá.

Por isso que eu digo. Eu não acredito na revista Time. Não faço questão de confiar no julgamento dela. Nem sequer de fazer qualquer elogio as suas decisões. Talvez o Facebook de Zucherberg nos obrigue a atirar pedras em quem nos convida para jogar Farmville. Ou não. Por isso eu digo, quem foi realmente a personalidade do ano. Talvez tenha sido alguém próximo a você. Ou alguém distante que você realmente conhece e admira. Os manifestantes de 2011 foram importantes agora. Na verdade nem tanto, mas valeu a luta. Lutar por algo em que se acredita é sempre bom. Construir uma realidade algo é muito mais difícil.

Tarso e as (In)Definições do Rio Grande

Tarso está disposto a criar o ‘governo do diálogo’ dando voz a oposição que se encontra desmembrada e com problemas internos.

O PT definiu a candidatura de Tarso Genro faltando  um ano e 3 meses para a eleição, muito mais do que o habitual dos outros candidatos. O partido permaneceu coeso em torno da campanha do ex-ministro do governo Lula e ex-prefeito de Porto Alegre. Estavam decididos a fazer uma campanha positiva, mostrando as propostas que foram claramente expostas durante o período eleitoral. Isso contrapôs a imagem das críticas sistemáticas ao governo Yeda. Esta estratégia funcionou bem com o público e assim foram vistos como sérios, competentes, prontos para retomar o governo do estado depois do fracasso de Olívio Dutra em 1998.

Tarso vence as eleições

Governador eleito pretende mudar o modelo de investimento do Estado

Com 54,35% dos votos válidos, o estado característico em seu dilema “PT x Anti-PT” escolheu a primeira opção e renovou seu espírito de mudança. Tarso Genro assume no lugar de Yeda Crusius, que protagonizou um governo caótico em sua comunicação e estratégia política. Vários escândalos e supostas denuncias de corrupção desgastaram a imagem da governadora, que liderou o estado em sua recuperação nas contas públicas. Essa retomada econômica resultou em  baixíssimos níveis de investimento em infra-estrutura e os gastos em setores importantes como educação e saúde foram reduzidos. Em contrapartida o PT chegou com o discurso de crescer no ritmo do Brasil, propondo uma grande elevação nos investimentos para arrecadar mais.

A eleição não teve apenas o conflito PT x PSDB, pois a governadora ficou apenas em terceiro lugar. O PMDB, que sempre foi a grande oposição ao petismo no Rio Grande do Sul, ficou em segundo com candidatura de José Fogaça, ex-prefeito de Porto Alegre, com 24,73%. A forte e decidida campanha de Tarso Genro encontrou uma oposição mal articulada, bagunçada e indecisa. O PMDB foi vítima da sua dicotomia de idéias. Em nível federal Michel Temer, líder tradicional do partido, é vice da candidata petista Dilma Rousseff. No estado continuaram sua tradição antipetista, sua tentativa foi em vão. A decisão de postular José Fogaça para governador e Germano Rigotto como senador foi atrasada, lenta e com falta de organização e decisão em um módulo de administração. “A própria candidatura do Fogaça ficou prisioneira desse dilema.“ disse Osmar Terra ex-secretário da Saúde do atual governo. Isso provocou que nenhum dos dois candidatos foi eleito e sua representação na câmara gaúcha foi baixa, com 8 representantes, quanto a bancada petista teve 14.

Essa vitória é emblemática. O povo parece estar certo da sua decisão pois o PT também fez o maior número de cadeiras na câmara estadual, com 8 cadeiras próprias mais as dos aliados. O sul mais uma vez cumpre sua função tradicionalista. Mas dessa vez largou o chimarrão e demonstrou sua decisão nas urnas. O estado nunca elegeu um governador no primeiro turno e nunca os reelege. Assim os políticos eleitos são prisioneiros de um mandato curto demais para colocar em prática todas suas propostas. Dessa forma são condenados sem dó pelos eleitores nos próximos pleitos. Tarso Genro já sabe dessa característica e se mostrou tranqüilo diante da pressão de ter seu destino, possivelmente, traçado. Basta fazer algo novo na política e cumprir o que se tanto espera de seu governo e poderá mudar isso. Mas isso já é assunto pra daqui a 4 anos.

Os erros de Lula e seu partido

Duas manchetes dominam os jornais brasileiros. A primeira:

PMDB aprova Temer para vice de Dilma

Até aí nenhuma surpresa. O PMDB e o PT vem se tornando melhores amigos desde que o operário subiu ao poder. Contrariando toda lógica da política brasileira, partidos que antes eram inimigos, agora viram aliados que dividirão o poder se vencerem as eleições. Se Dilma não vencer, o PMDB rompe imediatamente as amizades com os ex-esquerdistas e volta para o poder. Sempre foi assim. Quem ganha é o Sarney.

A outra manchete não é só brasileira. É mundial.

Brasil, Irã e Turquia assinam acordo nuclear

Lula fechou um contrato controverso. O tratado prevê a troca de urânio enriquecido por combustível nuclear. Lembre-se que o Irã, comandado pelo seu perverso presidente Mahmoud Ahmadinejad, é acusado pelos Estados Unidos de usar este combustível nuclear para fins militares, e já pensa em começar em sanções contra o Irã. Muitos países afirmam que o contrato foi positivo, como China e França, mas deve-se prestar mais contas a ONU.

Deixando estes detalhes políticos, diplomáticos e econômicos, vamos lidar com o detalhe moral de um contrato com o Irã. Representantes petistas falam, falam e falam sobre a defesa dos Direitos Humanos. Apoiar a ditadura cubana, já não foi um bom exemplo disso. Agora um acordo nuclear com Ahmadinejad, que mata homossexuais, maltrata mulheres e repreende todos os meios de comunicação do país, foi demais. O que eu peço dos esquerdistas é um poco de lógica. Quando a tortura é feita pelo seus amigos, é aceitável… Mas quando é contra seus amigos, é terrível! Afinal a tortura e a opressão é boa ou ruim?

Respeitar a cultura dos muçulmanos enquanto é conveniente não me basta. O Brasil não vem escolhendo bem seus parceiros internacionais.

Inquisição ao Big Brother

Mais do que um amontoado de baixarias, como muitos críticos observam. O Big Brother é o programa de realidade que mais faz sucesso no mundo. Portanto, não é uma exclusividade tupiniquim.

Baseado nas teletelas de George Orwell, em seu livro 1984, foi criado pela produtora holandesa Endemol que vendeu seu formato para vários países. No Brasil, foi comprado pela Rede Globo e sua primeira edição foi em 2002. Já de cara foi um sucesso de audiência, popularidade e rentabilidade, mas até hoje (lá se vão 10 edições) é sempre critícado em diversos meios por pessoas que falam em “alienação do povo”, “edição maldosa e mentirosa da Globo”, “manipulador da realidade”, “superexposição e criação de celebridades instantâneas ” etc… Termos fortes, colocados para chocar, mas que pensados por alguns minutos não significa nada concreto. São apenas palavras jogadas.

Os odiadores do programa são mais inquietos que os fãs. Eles promovem a repulsa. Subjulgam os espectadores. Ignoram o fato de ser um sucesso. São Inquisidores da opinião pública .

Ao colocar 14 (ou mais) pessoas desconhecidas em uma casa e as isola-las do mundo, podemos avaliar o comportamento psicológico e social de cada um, submetidos a essa experiência. Vemos uma micro esfera de parte da sociedade brasileira, refletida em 30 minutos diários de resumos sobre o dia dos participantes.

O programa é sistematicamente acusado de não promover a cultura. E até de promover a “descultura”, isso é, quando alguém assiste o programa, seu nível intelectual diminui. Palavras fortes para, mais uma vez, dizer bobagem.

É apenas um programa televisivo de entretenimento. Uma interessante descontração que caiu no gosto dos brasileiros, assim como a capirinha, carnaval e futebol… Agora me diga onde está a construção cultural desses gostos legitimamente brazucas ?

Mão estendida, que nada!

Novo sinal busca mais segurança no trânsito

Órgãos públicos se mostram confiantes na nova medida que espera mais educação no trânsito da capital.

A prefeitura lançou uma campanha para conscientizar os porto-alegrenses do uso correto da faixa de segurança. O pedestre deve estender a mão aberta e sinalizar o motorista para que os carros parem. A campanha é baseada em outras cidades onde essa iniciativa teve sucesso e deve durar quatro meses.

Os acidentes no trânsito vêm diminuindo nos últimos anos. O único ponto que mostra um aumento é o de mortes em atropelamentos. Em 2008 foram 74 casos fatais, 32% mais que 2007. Até agosto de 2009 foram 52 mortes. A iniciativa da campanha é da EPTC que vinculará em diversos meios publicitários a nova orientação. Essa medida já é usada em outros municípios do estado, como Ijuí, onde uma prática comum no dia a dia da cidade está virando referência Nacional.

Na capital federal  – Brasília – esta já é uma prática que vem desde 1997 mas só parou 4 anos depois, e contou com grande participação dos cidadãos. Foi feita uma campanha intensa nas escolas e fez com que as próprias crianças e adolescentes fiscalizassem seus pais. Assim criaram essa geração de consciência em relação ao respeito na faixa de segurança. “Quando começou a campanha minha filha voltava da escola e me perguntava porque eu não obedecia a nova sinalização, depois de algum tempo tive que ceder” Leila, moradora da cidade há mais de 25 anos. Já Renan, gaúcho e vive em Brasília há 7 anos aprova a nova medida e brinca: “Acho estranho quando volto a Porto Alegre e não consigo atravessar no local de ‘segurança’”.

O prefeito José Fogaça durante o lançamento, disse que a cidade está capacitada para mudar seu comportamento. Os moradores apóiam o novo sinal mas não se entusiasmam. “Acho uma ótima ideia mas nesse trânsito complicado fica difícil.” Lamenta Claudia, 20 anos, pedestre e condutora. Por enquanto poucos motoristas aderiram a nova iniciativa, mas Luiz Afonso diretor da EPTC demonstra confiança – A campanha está no início, logo as pessoas irão perceber como essa simples questão de respeito pode melhorar a nossa segurança.

Bom, moral da história que passado esse tempo… pouca coisa mudou. Pedestres e condutores continuam agindo mais pelo ímpeto do que pela segurança. A cidade de Porto Alegre dificilmente conseguirá adotar essa conduta. Mesmo ela sendo para o bem estar de todos, ela é pouco prática. Existem muitas faixas de pedestres, e se há algumas paradas para a passagem, prejudica o fluxo do trânsito que se torna cada dia mais intenso. Não vejo muita saída, mas resta torcer para que os índices de acidentes e mortes baixe cada vez mais.

O poder da internet

Continuo não dando a atenção devida ao meu blog. Fato que não deve durar muito.

Hoje, recebi um email, notificando que um post meu recebeu um comentario. Para surpresa não era de um conhecido. Nos últimos dias, tive 600 visualizações no meu blog, sendo que 550 delas no post específico sobre o MST. Isso me deixou pasmo. Como que um desconhecido tem tantas visualizações? Pois é, se conseguimos falar bem sobre assuntos interessantes isso é mostrado ao mundo que pode ler as opiniões de qualquer um.

Por isso incentivo meus amigos a escreverem as suas divagações. Ainda mais como um futuro jornalista, escrever é mais do que necessário, beira o dever público. Tirando as extravagâncias, a mensagem que deixo é: leia e escreva enquanto pode.

Mais função…

Ou como eu mesmo diria, lá vem mais bronca burocrática. Uma comissão do Ministério da Educação apresentou ao Conselho Nacional de Educação uma proposta que aumentaria o tempo de estudo dos cursos de jornalismo. De 2,8 mil horas para 3,2 mil horas. Isso mesmo. Primeiro eles fazem um estardalhaço para desregulamentar a profissão, dizendo até que “qualquer um pode ser jornalista” – frase de Gilmar Mendes, relator da votação controversa – e depois querem qualificar o curso alegando que essa medida revitalizaria o diploma.

A mudança acrescentaria a obrigatoriedade de um estágio supervisionado, e também tiraria o jornalismo da grande área de “comunicação social”. Outra medida extremamente desnecessaria. Vai tirar o jornalismo da comunicação social e colocar onde? Na aréa médica?  “Os jornalistas que se formarem com essas novas diretrizes serão mais eficazes em relação às necessidades da sociedade e das empresas”, disse o presidente da comissão José Marques de Melo.

Que época para os futuros jornalistas, tanta função…

Estou na frente do G1

Depois de escrever ontem aqui no blog sobre o twitter, criticando e analisando alguns comportamentos do novo serviço de microblogs, o portal de notícias da globo – o G1 – publicou uma matéria com o escritor inglês Andrew Keen, criticando o uso frenético e sério do twitter.

Segue alguns comentarios do escritor que participou hoje da Bienal do Rio de Janeiro:

“Eu não acho que as pessoas deveriam usar o Twitter como fonte de notícias. Recentemente eu escrevi de brincadeira no Twitter que a Microsoft havia comprado o Twitter, e de repente todo mundo estava falando da suposta venda”.

“Quando acontece algo no mundo, as pessoas procuram fontes confiáveis de notícias, pode ser a CNN, a BBC ou o ‘New York Times’, ou talvez algum blog. As pessoas sempre pensam em substitutos, o que vai substituir o quê. O Twitter não vai substituir nada. É um site diferente, é bom, é divertido, provavelmente tem um futuro, mas certamente não é o futuro da imprensa”

Ele é um crítico da adoração a nova web 2.0, assim como eu, fala que o futuro da internet está nas mãos de empresas com credibilidade jornalística e não no compartilhamento amador de informação.

Keen é um dos críticos mais ferozes da chamada web 2.0 – ou seja, dos sites que se baseiam em conteúdos gerados pelos usuários. Sua tese principal é de que a “democratização” da internet estaria minando a qualidade da informação disponível na rede, substituindo produtos culturais (notícias, filmes, músicas) de alta qualidade por conteúdo “pobre” criado pelos usuários comuns.

Trecho retirado da reportagem. [leia aqui na íntegra]

Minha opinião não deve ser tão absurda assim.

A preguiça do twitter

 Em tempos da nova internet, cabe uma pequena análise sobre a ferramenta inovadora de microblogs – o twitter. Antes de tudo, gostaria de dizer que eu sou um usuário assiduo do serviço e até admirador. Pois bem, a psicóloga inglesa Tracy Allow, no Festival Britânico de Ciência, falou que o twitter desistimula a memória devido ao grande fluxo de informação.

 “No Twitter, por outro lado, você recebe um fluxo infinito de informações, mas tudo é muito sucinto. Dessa forma, o usuário não processa o conteúdo” palavras da especialista. Concordo plenamente, as notícias muitas vezes estão escancaradas nos assuntos que nos interessam – a partir da seleção dos seus respectivos seguidos – mas é como se nos contentassemos com a manchete de uma notícia. Se isso fosse suficiente para nos mantermos informados, uma capa de jornal bastaria.

 Um exemplo dessa preguiça que se espalha em divulgar a notícia de uma maneira mais curta possivel é o canal de jornalismo da BAND. Olhe um típico ‘tweet’ :

 A polícia desmonta uma quadrilha especializada em vender “cascas” de computadores.

A polícia de que local? Desde quando essa quadrilha atuava? O que seriam estas “cascas” de computadores? Etc. Inúmeras perguntas surgem quando se lê uma manchete, então lemos a reportagem inteira para ter o conhecimento devido do assunto. Se em outro canal, como o da revista Veja – que oferece o link da matéria completa – o leitor cada vez mais preguiçoso se intimida com o número de linhas e se contenta com a informação pela metáde.

 Seu imediatismo de “informação” é atraente, mas só satisfaz quem procura número de notícias. Quem procura ficar informado deve continuar lendo reportagens em canais convencionais, que não sumirão por causa de manchetes instantâneas; e sim vão coexistir no meio dessa nova web 2.0.